"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada

"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"

"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Insanidade Temporária (dando tela azul...)

(às almas que me conhecem bem)

É muito difícil conter
O impulso:
Quando acordo já estou
No meio da mensagem
E essas palavras todas
Não fazem nenhum sentido.

Os dedos
Nervosos
Teclam "delete" mil vezes
Para em outras mil
Teclar novamente
Sem saber o que dizer.

Mas o que dizer para você
Que sabe tanto de mim?
Que me conhece
Desde antes de nascermos?

Te amo?
Não.
Está além das palavras.
Não se compreende.

Escrevo mais coisas
E deleto tudo sem entender nada.
Nisto sou quase neopentecostal:
Digito em línguas
As orações
Frases
E declarações.

Sei que conversamos.
Todo santo dia.
Mesmo calados e fechados
Em nossas vidas
E em nosso espaçotempo
Religiosamente respeitado.

Trocamos frases inteiras em
Pensamentos absurdos
Coincidentes e
Compatíveis.

Conversamos sim!
Em compasso cardiovascular.
Eu falo daqui
Você ouve daí.

Ouve?

Deve ouvir sim!
Pois daqui eu te ouço...

Na dúvida, eu grito
Alto!
Alto!
ALTOOOOOOOOOO!
Minha pressão arterial
Vai para o espaço.

Eu teclo alto também
Caps Lock mil vezes
Acionada.
E deleto tudo...como sempre.
Com a testa!

Enfim,
Não importa o que vou falar
Ou o que quero dizer
E escrever.
O que importa é que conversamos muito,
Temos assunto
À nossa maneira.
Para a vida inteira.

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