Pingava de suor.
Em cada flexão de braço
sentiu bem de perto
o cheiro poeirento do chão e
a textura de todos os tapetes
que a vida lhe estendeu.
Viu descer pela testa
seminua e pela face corada
gotas salgadas purificadas
frutos das lutas e conquistas
de reforma interna.
Escorriam conclusões
pela ponta do nariz
pelo queixo proeminente
e até pelos cotovelos
(mudos e calados)
que subiam e desciam
em movimentos de força
e de repetição.
Ergueu-se finalmente
com a alma lavada
e seguiu em passos largos
rumo a caminhos outros.
As gotas ficaram no solo
transbordando importâncias.
Deixadas para trás
foram pisadas
secaram
ou evaporaram.
Outras virão amanhã.
Persevera!
.