"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada

"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"

"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Alguns Janeiros e Caminhos Contrários

Tudo acabou como havia começado: um longo abraço e um beijo no rosto, de pé, numa calçada de zona sul.
Nenhuma palavra.
Findava-se o ciclo de encontros desencontros, alegrias mágoas, corpos mentes destroçados e cansados de si e do outro.
Houve amor.
Não houve amor.
Ela assinava: Liberdade!
Ele assinava: Medo! E só pôde levar para casa  a lembrança do perfume no segundo abraço...
Então, as portas se fecharam.




Imagem: Janus, na mitologia romana é um deus de duas faces, cada uma voltada para um lado. Era o deus das portas, dos começos e dos finais, por isso o nome do mês de Janeiro tem nele a sua origem.
Também invocado nos tempos de guerra, enquanto esta durava as portas de seu templo estariam sempre abertas. Quando Roma estava em paz as portas se fechavam.
A ele se atribui entre outras coisas a invenção do dinheiro, das leis, da agricultura e, segundo os Romanos, sempre garantiu bons finais.
Janus é citado num romance de Albert Camus chamado "A Queda", onde simboliza a dualidade de ações da personagem principal.

(http://en.wikipedia.org/wiki/Janus)


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quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Novo

Por mais que melancolia e lembranças
Me atraiam e me façam escrever melhor,
Desabafando as coisas que nunca fiz,

Por mais que olhando para trás eu tente
Caminhar para frente e de certa forma
Obtenha algum êxito nisto,

Por mais que eu tenha chegado até aqui
Com a pele fina e brilhante, mas com a
Mente enrugada e viciada,

Abro os olhos para o novo e anuncio
Minha chegada ao mundo dos vivos,
Sem conjecturas improdutivas e irreais,

Sem medos, receios, mágoas e preconceitos,
Sem pensar que tudo vai dar errado
A todo momento,

E que se der, deu!
Daí, olho para frente
E dou o próximo passo como esse novo EU.


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