Viajo vidas
Pregressas
Quando o meu
Coração de antanho
Se lhe abria
Com fervor.
Viajo vidas
De antanho
Quando o seu
Coração de estanho
Não batia
A meu favor.
Olho a vida
No futuro
Quando o meu
Coração maduro
Pelo tempo
Ficou duro
E perdeu todo
O valor.
Já o amor
Que hoje procuro
Como o estanho
Se tornou:
Brilha frio
No escuro
Derreteu
Sem ter calor.
Quanto à vida
No presente,
Nada sei...
Minha vida atualmente
Não tem lei.
Tenho algo que pressente
Tenho tudo que passei:
Meus amores,
Vejo-os todos
Sem os ter;
Minhas dores,
Tenho-as todas
Sem as ver;
Minhas flores,
Beijo-as todas
Sem prazer.
.
"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada
"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"
"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete
Nenhum comentário:
Postar um comentário