Saiu às pressas de São José onde fora agradecer algumas coisas e pedir outras. Apesar do sol ainda alto, o vento aumentava e trazia o som de trovões que espoucavam ao longe.
Atravessou Afonso Pena, viu a chuva despencando e derretendo as nuvens sobre a Serra. Calculou que em menos de cinco minutos tudo ali estaria molhado.
Alcançou Espírito Santo ensurdecido pelo tráfego e pelo repicar dos sinos da Matriz que parecia chamar o mundo inteiro para a missa das sete. O vento forte entrou junto com ele pelo canyon de prédios e, ao dobrar a esquina e passar pelo Acaiaca fez o índio da fachada assoviar alto, anunciando a tempestade.
Correu.
Desaguou em Amazonas ainda seco da chuva mas molhado de suor.
Pensava cegamente no encontro que teria mais tarde.
Precisava dos beijos e da pele daquela mulher tanto quanto precisava dessas letras e dessas linhas que sempre a traziam para perto nos momentos de distância infinita.
(acervo pessoal) |
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