Parou um instante e olhou em volta, saindo de seu transe diário: tela de laptop, linhas de autocad, dedos e mãos frenéticas, vista cansada... fuçou algo na mesa e notou as pautas do caderno distorcidas pelas lentes de seus óculos pousados sobre uma folha ainda virgem.
Pensou na vida que levara até aquele momento, no tanto que quis e até no tanto que se esforçara para fazê-la linear, mesmo sabendo que isso era anti-natural.
A vida lhe fez mudar de ideia.
Antes tarde do que nunca.
Pensou no trabalho.
Sentia saudade da mulher que amava e que não via desde o dia anterior.
Sentia saudade da filha que morava longe e que veria somente no mês seguinte.
Sentia saudade do pai que partira para sempre há quase um ano.
Sentia.
Sentia.
Sentia muito.
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