Reinventava-se depois de mais uma insônia
daquelas de parar o tempo
desta vez, de bruços, corpo estirado
no parapeito do adro da Mercês de Cima
cabeça apontando oeste
olhos fechados pressionados contra
os antebraços e o rosto escondido
nariz de fora para respirar.
Pensava apenas no amor de sua vida.
Imaginava a cidade na noite escura
mesmo sem olhar nada:
Santa Efigênia
Antônio Dias
Mercês de Baixo
São Francisco de Assis
Praça
Museu
Zênite.
Carmo
Pilar
São Francisco de Paula
lá para os lados onde
acabam os dias
e o Pico ao longe,
Inconfidente ainda vivo,
testemunha de tudo,
camuflado na noite.
(Acervo pessoal) |
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