"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada

"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"

"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Lírica


É como caminhar
De volta para casa
Em tarde-noite
Urbana e quente.

É como correr
E receber de frente
O vento fresco da
Chuva que se anuncia:

Alívio.

É como sentir
O aroma discreto
Do canteiro de hortênsias
Da calçada oposta.

É como transpor a rua
Sem carros.
É como deitar no asfalto
E viajar no firmamento:

Liberdade.

É como ouvir ao acaso
A indagação de um interfone:
"Quem é?"
E responder junto com alguém de lá:
"Sou eu...":

Identidade.

É assim sempre
Quando me lembro de você.
É assim sempre
Quando repito seu nome
Aqui dentro, em silêncio.

Em alto e bom tom.




(acervo pessoal)


 





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