"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada

"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"

"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete

domingo, 14 de agosto de 2011

Goleiros (homenagem ao meu pai)


AABB-1964


Bola vem!
O esforço,
O gemido,
O voo.
Por um instante sou igual ao meu pai:
Super Homem
Santos Dumont
Sou Ícaro
Mergulhando em sonho-céu
Com asas de cera
E com a certeza
De ser a última fronteira
De todo esse processo
Que é a minha vida...

A bola chegando
A bola passando
Inalcançável...
E a minha sombra lá em baixo.
Silêncio no mundo:
Pontinha de dedo,
E ?
A bola triscando a trave
O chão chegando.
A sombra crescendo...

Um "oooh!" ao fundo.

Salvei...

(26 de abril: Dia do Goleiro)


.
Postado por às

3 comentários:

  1. Cadu Rocha13 de novembro de 2011 às 09:56

    Fui navegando e cheguei aqui. E fiquei sinceramente emocionado! Às lágrimas! Um voo, profundo, do coração e do pensamento. Um pouso, na sensibilidade humana, deste tipo que se volta para a maravilhosa transcendência que tentam nos revelar as coisas aparentemente simples, cotidianas, mas que somente poetas deste naipe, como o Alexandre, são capazes de enxergar. Parabéns! E um abraço do admirador, Cadu.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Alexandre Campos26 de janeiro de 2012 às 13:00

      Obrigado pela gentileza Cadu! Comentários como o seu são muito importantes e motivadores!
      Grande abraço.

      Excluir
  2. Alexandre Campos13 de novembro de 2011 às 14:03

    Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir

Assinar: Postar comentários (Atom)