(desenho: Davi Sales, Sankofa Bistrô em Resende Costa, Minas. Grafitti: esquina das ruas Pouso Alegre e Conselheiro Lafaeite, em Belo Horizonte) |
Ponto de Fuga
"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada;
mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
Manoel de Barros - Livro Sobre Nada
"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar. "
Neil Gaiman - O Discurso "Faça Boa Arte"
"...eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."
Violeta Parra - Volver a Los Diecisiete
terça-feira, 1 de outubro de 2024
Sankofa
terça-feira, 26 de dezembro de 2023
Dezoito!
Um sopro com 29 semanas de gestação que tomou corpo e hoje, ao completar 18 anos tem o tamanho e o poder de um furacão.
Escrevo isso com ela sem perceber, bem aqui ao meu lado, desenhando como só ela consegue desenhar, e vejo nos traços ligeiros, precisos e perfeitos de sua lapiseira, cada passo, cada alegria, cada percalço, cada dúvida, cada sorriso, cada lágrima, cada angústia, cada aprendizado, cada perda, cada vitória, cada abraço, cada beijo, cada saudade, cada confidência, cada palavra dita ou reprimida, cada reencontro, cada despedida, cada voo, cada aterrissagem nesses anos todos. Tudo isso, tornado com o tempo em inspiração e alicerce.
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sábado, 14 de outubro de 2023
Estamos Meu Bem Por Um Triz
quarta-feira, 6 de setembro de 2023
No Pain
terça-feira, 22 de agosto de 2023
Detox 2.0 (ou 5.2)
a idade que tenho
(rua Pouso Alegre, BH-Acervo pessoal) |
sexta-feira, 21 de julho de 2023
O Sol Que Me Ilumina
Andei para frente.
Hoje o dia amanheceu nublado
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sábado, 1 de janeiro de 2022
Primeiro de Janeiro
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
A Ponte
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
E pur si muove
a esquina barroca
inércia e movimento
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Os Everestes Empilhados
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Das Pequenas Grandes Alegrias
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
Sou do Mundo, Sou Minas Gerais: o dia em que conheci John Lennon e os Beatles.
Lembro-me da morte de John Lennon como se ela tivesse acontecido ontem.
No começo de dezembro de 1980 eu estava na casa da tia Lanza em Rio Acima, lugar para onde normalmente ia quando as férias escolares chegavam, além do sítio da vovó Lola na Pampulha.
Acordar de manhã, vestir uniforme, calçar chuteiras (e no meu caso, também as luvas de goleiro), jogar bola com os primos e amigos até ela deixar de existir pela escuridão da noite eram minhas maiores preocupações aos 9 anos de idade. Fora isso, ainda pipocavam na memória o drama e as imagens da final do Campeonato Nacional daquele ano, que o Atlético, com um timaço, perdera meses antes no Rio de Janeiro. Foi a minha primeira e, ainda hoje, minha maior decepção no futebol.
No campinho da tia Lanza eu me vingava dos cruzeirenses e cariocas de ocasião aos gritos de "...defeeeeendeeeeeuuuu, João Leiteeeeeee..." a cada chute dos Zicos, Nunes e Andrades que compartilhavam aquele gramado comigo.
O chamado para o almoço era a única coisa que conduzia a meninada, a contragosto, para dentro de casa. Uma espécie de intervalo do primeiro para o segundo tempo do dia que demorava uma eternidade para passar, afinal de contas, o terror de que morreríamos de congestão implantado em nossas mentes pelos mais velhos nos impedia de correr atrás da bola nas duas horas seguintes, pelo menos.
Naquele dia 9, enquanto esperava o staff da minha tia terminar de colocar a mesa, eu assistia ao Globo Esporte na pequena TV colorida que havia no quarto dela. Mais para o final do programa, o apresentador Léo Batista anunciava uma homenagem ao famoso astro inglês, assassinado na noite anterior por um fã na entrada de seu prédio em Nova York. Foram mostradas imagens dos torcedores do Liverpool e do Everton, os times da cidade do Beatle, consternados com a notícia.
Eu assistia àquilo meio aéreo, pensando no futebol da tarde, tentando entender do que e de quem estavam falando, quando um de meus primos (acho que foi o Bruno) que assistia à tv da sala, irrrompeu pelo corredor e entrou no quarto com os olhos arregalados. Esbaforido, me perguntou se eu vira que o John Lennon tinha sido assassinado.
Olhei para o Léo Batista na TV, olhei para o Bruno e respondi:
- Vi sim!!!
Em seguida ele me perguntou:
- Você sabe quem era ele?
Então emendei de primeira, isolando a bola na arquibancada (ou engolindo um frango memorável, já que estávamos na hora do almoço):
- Sei sim, mas em qual time que ele jogava mesmo????
Foi assim que, há quarenta anos, conheci Lennon, McCartney e os Beatles...
(acervo pessoal) |
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Quatorze Anos
Há quatorze anos, o mundo tornou-se um lugar diferente: as prioridades pessoais foram para segundo plano, atenção e zelo aumentaram, a alegria multipilicou-se e o senso de urgência fez disparar pernas e coração.
Com uma vida novinha em folha nas mãos só nos caberia, a partir daquele dia, 24 de dezembro de 2005, e daquela hora, 3:53 da madrugada, arregaçar as mangas para conduzi-la com dignidade em sua caminhada que se iniciava por essas bandas do universo.
De lá pra cá, as coisas não foram fáceis, eu confesso, mas nunca faltaram a fé, a esperança, o carinho, o compromisso, a presença constante (mesmo separados por quase meio Estado, rsrsrsrs...).
Houve os tropeços, obviamente, mas o que foram eles diante dos nossos reencontros? Assim como dos sorrisos, dos abraços, dos beijos, das respostas elaboradas na lata para suas perguntas mais do que inesperadas, da diversão, e do mais importante: da busca incessante pelo aprendizado e colaboração mútuos, sempre em duas vias - Alexandre/Joana e Joana/Alexandre.
Graças a Deus, chegamos em 2019 bem maiores do que começamos em 2005. Agradeço sempre a Ele e a todos que, em qualquer tempo e em qualquer lugar, juntaram-se a nós contribuindo para que tudo fluísse bem.
Que a vida nos brinde com muitos e muitos anos nessa mesma toada!
Feliz aniversário, minha filha querida, meu amor!
Como é bom ter você sempre ao meu lado.
Te amo!
Seu Pai.
#lindezalindezo
(24-12-2019) |
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Leve
Quando a encontrei
Em sonho primeira vez
Não sabia ainda
Se dormia e
Se todo o perfume
Que usava era
Coisa de verdade.
Quando a encontro
Na minha vida todo dia
Tenho a pura certeza
De que estou acordado
E que todo o perfume
Que ela usa e me traz,
É coisa de sonhar.
Ela é leve comigo.
Me deixa leve.
Atrás de si.
#parabilu
(acervo pessoal) |
terça-feira, 24 de setembro de 2019
Encontro
Tímidas e reticentes
Por baixo de uma mesa amiga.
Quando os dedos se tocaram
Nervosos, primeira vez,
Foi choque tectônico,
Sismo e coração disparando.
Todo encontro implica
Toque, sequência de
Permissões, transparências
E energias compartilhadas.
Ali não foi diferente e também
Houve tudo o que a natureza
Poderia dar: terremoto e tsunami
Beijo, carinho, benção e saravá.
Hoje as mesmas mãos se entrelaçam
Como se primeira vez fosse,
Se procuram e curam, suavemente
Os soluços que cada uma traz.
#parabilu
Com a força e a leveza
De nossas mãos entrelaçadas
#lovelylivelo
21-9-19
(acervo pessoal) . |